Nunca pensei que de uma brincadeira em sala de aula fosse surgir tamanha revolução pessoal e profissional. Por conta de uma inspiração momentânea, fui levada a experimentar novos caminhos. Alguns já velhos conhecidos, meio esquecidos ou ignorados. É simplesmente incrível (e extremamente necessário) como o pensamento pode mudar ao longo de uma vida. O entendimento das palavras muda, a leitura de signos e ações muda e o expressar muda também.
Dentre todas as coisas, que em minha mente juvenil, pensei ser e alcançar, nenhuma delas é concretamente o que eu vivencio. E isso não faz menor ou melhor o momento que vivo. Talvez me faça pensar e ter mais calma com os julgamentos... vício humano que tenho lutado para me ver livre. Quando penso quanta coisa deixei de experimentar , ou tardei a me permitir, por um julgamento precitado e completamente equivocado, penso em quantas portas permaneceram fechadas ante as minhas escolhas.
Entendo (aceito) que todas as coisas que acontecem na vida tem realmente que acontecer. Entender que tudo tem um porquê, claramente não é baixar a cabeça ou ir diretamente para o porquê por trás do acontecimento. Há aí muita batalha e bateção de cabeça para buscar a verdadeira compreensão das coisas, do meu "eu" e dos caminhos que tenho que ou pretendo seguir.
Dias como os que tenho vivido me fazem ver, com uma clareza assustadora, que vivi para chegar até aqui. Exatamente onde estou, com as pessoas que me cercam, no trabalho que trabalho, nas relações que travo. Não, nem de longe este é o melhor momento da minha vida, tampouco é o pior. Mas finalmente é o momento que vejo com clareza a relação de causa e efeito, de escolhas e renuncias. Pode ser coisa de momento. Pode ser que a clareza permaneça.
Ser dona do próprio destino nada mais é que fazer escolhas. Há sempre dois caminhos (muuuitos mais até, mas no mínimo dois) e a luta é fazer com que as minhas escolhas abram os melhores caminhos para mim. Luto para ter menos pedregulhos no meio do caminho. Também não os quero liso a ponto de eu esquecer que a vida é caminhada árdua e que a cada batalha existe uma recompensa. Mas não precisa ser guerra.
A vida não precisa ser uma guerra entre querer e poder. Um guerra de egos. É mais simples, mais calmaria que tempestade.
Precisamos agir mais conscientes dos nossos atos. Parar com a velha história de ser levado a tal coisa, a tal lugar e partir das escolhas próprias. Sim, tudo acontece porque tem que acontecer, mas existe o livre arbítrio. Uma coisa acontece desencadeada por outra ação ou escolha. Se eu estou com fome não posso esperar que um prato de comida venha até mim. Se eu não levantar para fazer a comida, permanecerei com fome.
O pensamento tem que servir não só pra devaneios (embora seja aí, talvez, que resida o "eu" verdadeiro), mas para conscientização da ação. De que me adianta pensar depois de agir? É preferível nem pensar então.
Há que se aproximar ato e pensamento. Ideologias e movimentos. Uma aproximação do mundo das idéias com o mundo dos sentidos!
Revolucionemo-nos tanto quanto aquilo que pretendemos mudar. Sem revolução interna, não há mudança externa.
"Se falta enxofre à nossa vida, ou seja, se lhe falta uma magia constante, é porque nos apraz contemplar nossos atos e nos perder em considerações sobre as formas sonhada de nossos atos, em vez de sermos impulsionados por eles." - Antonin Artaud
Sábias palavras, Marianinha. Sábias palavras ... :)
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